23 de dez. de 2017

Por que estudar a gramática de um idioma?



Há quase sempre um momento da aula em que o professor já espera as reclamações dos alunos e as perguntas sobre a verdadeira necessidade de se estudar esses tópicos às vezes menos dinâmicos do que outros. Refiro-me à GRAMÁTICA, tão evitada e odiada por muitos estudantes de idiomas estrangeiros e até mesmo da própria língua nativa. E será mesmo importante entrar nos detalhes de regras especificas da gramática de cada língua? E se o meu objetivo for apenas me comunicar razoavelmente bem em outro idioma? E se, quanto mais eu ver a gramática e seus nomes complicados, mais eu me complicar? Essas e outras perguntas vão conduzir nossa discussão e pretendo pelo menos mostrar alguns pontos importantes do estudo da gramática de um idioma, sela ele qual for.

Um primeiro argumento favorável ao estudo da gramática é considerá-la como ferramenta para falar  e compreender bem qualquer idioma.  Por mais que a pressa do dia-a-dia possa nos forçar a conversas rápidas e resumidas ou o contexto em que o diálogo acontece já me auxilie na interpretação das palavras, um bom domínio gramatical pode evitar mal-entendidos e confusões indesejadas quando moramos  em outro país ou quando apenas estamos a passeio.

Além disso, um grande diferencial entre quem fala/entende (ou “se vira” em) um idioma e quem de fato domina outra língua é exatamente o conhecimento gramatical que ajuda desde a elaboração de textos escritos mais bem estruturados até a possibilidade de melhores argumentações verbais.

Confesso que não considero a parte mais interessante ou empolgante do estudo de um idioma, mas o conhecimento de gramática está (e deve estar) ligado a um objetivo posterior, caso contrário realmente seria desanimador mergulhar em inúmeros regras gramaticais sem ver nisso algum efeito prático para o bom aprendizado de qualquer idioma. 

19 de dez. de 2017

Eles estão falando grego?



         -  Excuse-se, we need to go to this Hotel. How much is it?
         -  Thirty-eight euros
        -  Fifty- eight euros?
         - Thirty-eight
          - Fifty-eight?
          - Thirty – eight!!! (apontando para o cartaz com o preço)
         -  Ohh, sorry, thanks. (um pouco sem graça)


Essas foram as primeiras palavras em inglês que troquei em território grego e foi com um taxista. A sensação não podia ser outra senão a de que naquele local o meu conhecimento de inglês talvez não fosse o suficiente para me comunicar. A confiança já não era a mesma de antes da saída do Brasil, mas isso seria também um fato positivo como veria posteriormente.

Quando se aprende a língua inglesa em cursos de idiomas ouve-se falar em diferenças de sotaques e até mesmo se escuta alguns exemplos, mas é somente estando presente em territórios cujo inglês não é língua oficial e cujo idioma nativo é impossível de compreender como é o caso do grego que se sente na pele a necessidade de ficar bem atento ao que lhe dizem. 

Com o tempo, o estranhamento com o sotaque diminui e um pouco da confiança é restabelecida, mas acaba sendo uma boa lição de humildade e de compreensão de que a comunicação e o entendimento dos seres humanos dependem de ambas as partes, tanto de quem fala quanto de quem ouve. E que o domínio de um idioma passa sim pelos livros e aulas feitas, mas extrapola isso, pois a língua é algo vivo e é construída pelos próprios falantes ao redor do mundo. A melhor maneira de reconhecer isso é mesmo pegando as malas e sair por ai...